O AMANHÃ
Amanhã o dia de hoje se acaba
No amanhã está minha esperança
No porvir se apraz minha alma bêbada
Desejo o novo dia como o o tubérculo anseia a cura...
Os amanhãs sempre serão amanhãs quando enfim
Se tornarem hoje...
Procurarei sempre esse porvir que nunca chega,
O arco-íres de minha vida distancia minha fortuna ...
Quero o novo, o belo que me arranque desse tedioso mundo velho...
Sugarei no amanhã todos os prazeres, saciarei nele todas as minhas ânsias
E os desejos mais obscenos ... Farei nele as coisas que jamais faria agora...
Serei nele o que nunca poderia ser no hoje...
O amanhã é o meu refugio, minha fortaleza...
Nele há a paz que procuro, a alegria que tenho perdida...
Lá dormirei um sono bom e verei velhos amigos
Estúpidos não entram nesse porvir...
O amanhã é meu amigo e tudo de agora para sempre será banido...
As tolas coisas, as futilidades, o tempo perdido pelo amanhã serão
Esquecidos; e enfim quando o amanhã chegar talvez haja um jeito
De não deixar que ele se torne hoje...