A noite será longa
Reviro na cama.
O sono não vem.
Vago pela casa,
Saio para ver o céu,
A chuva lava o meu pranto.
O frio do meu corpo
É bem maior do que sinto neste instante.
Nem a solidão me acompanha
Pois estou vazia.
A vista falha e vou ao chão...
Ainda estou acordada,
São apenas minhas pernas
Que não firmam mais.
Não consigo chorar
Corpo mole e mente pesada.
Não ouço o barulho do meu coração.
A caneta segue no papel
Sem saber o que dizer.
No relógio as horas passam devagar
Noite em claro!
Sem saber o que fazer,
Sem ter o que sentir.
Os olhos arregalados me pesam a alma.
Na cabeça a sensação de:
O que farei?
É segunda-feira de um novo mês.
Mês, dias, frações de segundos incertos.
Já não mais amor
Agora é só o resto de nossas vidas.
E não sei por onde começar.
Tanto tempo a sua procura
Que me perdi.
Já não sei quem sou.
No começo da noite
Nua, esperei te sentir.
Você não chegou ou nunca esteve aqui?
Será que sonhei tanto com a sua volta
Que saí da realidade?
Não sei de nada!
Estou só, vazia e sem direção.
Arrasto-me junto à madrugada
A espera do sol.
Tentando encontrar forçar para seguir.
Para onde?
Tanto faz.
Qualquer lugar serve,
Pois esse vazio
Irá me acompanhar
Por noites e noites a mais.