DESTEMPERANÇA

Quis mesmo, louca, decepcionar-te

Decepar planos, pacífico sono

Bater na dor, diluir-me,afastar-te

Não dá-me à cruz, claro desengano

Sou o fenecer da vida debulhada

Amo demais para ser-te estorvo

Pétalas ao ar, árvore desfolhada

Da dor, beija-flor, do sonho, o corvo.

E sofro! Mas, renuncio!Desencanto!

Denuncio-me! A ânsia vã , o vago traço

Não sou maior nem menor... teorema!

Distante! Tempo atroz atrás, traz-me

O amargo, travado trago

Solitário sol amarrado em pranto

Sou só sol maior que não cabe no teu canto

És o cabal, dissonante, desejado verso

Mas não cabes no meu poema.

Vivianna di Castro
Enviado por Vivianna di Castro em 03/04/2011
Reeditado em 11/04/2011
Código do texto: T2886680