DESTEMPERANÇA
Quis mesmo, louca, decepcionar-te
Decepar planos, pacífico sono
Bater na dor, diluir-me,afastar-te
Não dá-me à cruz, claro desengano
Sou o fenecer da vida debulhada
Amo demais para ser-te estorvo
Pétalas ao ar, árvore desfolhada
Da dor, beija-flor, do sonho, o corvo.
E sofro! Mas, renuncio!Desencanto!
Denuncio-me! A ânsia vã , o vago traço
Não sou maior nem menor... teorema!
Distante! Tempo atroz atrás, traz-me
O amargo, travado trago
Solitário sol amarrado em pranto
Sou só sol maior que não cabe no teu canto
És o cabal, dissonante, desejado verso
Mas não cabes no meu poema.