DIAGNÓSTICO REAL Tempo 1

Hipertrofia septal: nome esdrúxulo e sem graça

para se dar aos meus soluços contidos,

reprimidos, sufocados.

À parada cardíaca do meu coração

bem feito e desenhado.

Nome esnobe, científico, elaborado,

que deram ao espanto angustioso

das revelações, da traição,

da maciça taquicardia do desamor,

da impotência e da dor de saber

que já não tenho mais o seu amor!...

Estreitamento e ponte,

quando passei de um lado da minha vida

para o outro, só, deserto, ermo,

abandonado, pequeno demais para conter

a angústia de sabê-lo longe, embora perto.

Enfarte do meu amor tão belo!

Sístole dos meus sonhos

que reduzidos a pó,

deixaram apenas pequenas pílulas de dor,

que tomarei por toda vida,

quando o lembro meu

E sei que não está só!!!

Fazer repouso é apenas supostamente aquietar a dor

de estar sozinha!

Não passar por emoções! (ironia!)

Se meu corpo inteiro bate, pulsa, lateja,

como um só órgão doído, machucado,

Ah! Meu doloroso coração!

Buscaram no cateterismo

o que não se pode ver a olho nu.

Em minhas veias corre livremente a saudade.

Nada a fará estancar.....

Na ecografia ainda ressoa meu desespero!

Cada eco responde que se foi

o que me dava alegria e sossego de viver.

Cada artéria de meu corpo

pulsa e vibra de paixão.

Enfim, sofro a dor da ruptura na alma.

Cri ser eterno,

simplesmente teve fim. É morto!

Foi o colapso do amor com morte súbita!

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 02/04/2011
Reeditado em 02/04/2011
Código do texto: T2885769