DIAGNÓSTICO REAL Tempo 1
Hipertrofia septal: nome esdrúxulo e sem graça
para se dar aos meus soluços contidos,
reprimidos, sufocados.
À parada cardíaca do meu coração
bem feito e desenhado.
Nome esnobe, científico, elaborado,
que deram ao espanto angustioso
das revelações, da traição,
da maciça taquicardia do desamor,
da impotência e da dor de saber
que já não tenho mais o seu amor!...
Estreitamento e ponte,
quando passei de um lado da minha vida
para o outro, só, deserto, ermo,
abandonado, pequeno demais para conter
a angústia de sabê-lo longe, embora perto.
Enfarte do meu amor tão belo!
Sístole dos meus sonhos
que reduzidos a pó,
deixaram apenas pequenas pílulas de dor,
que tomarei por toda vida,
quando o lembro meu
E sei que não está só!!!
Fazer repouso é apenas supostamente aquietar a dor
de estar sozinha!
Não passar por emoções! (ironia!)
Se meu corpo inteiro bate, pulsa, lateja,
como um só órgão doído, machucado,
Ah! Meu doloroso coração!
Buscaram no cateterismo
o que não se pode ver a olho nu.
Em minhas veias corre livremente a saudade.
Nada a fará estancar.....
Na ecografia ainda ressoa meu desespero!
Cada eco responde que se foi
o que me dava alegria e sossego de viver.
Cada artéria de meu corpo
pulsa e vibra de paixão.
Enfim, sofro a dor da ruptura na alma.
Cri ser eterno,
simplesmente teve fim. É morto!
Foi o colapso do amor com morte súbita!