Ritual da face (ou fase) contida

Das noites sem fim, tiro meu grito de imensidão... Sou como o sereno que cai, para tirar da mansidão, a flor que sonha em ver a vida adormecida... É como se nada tivesse fim, ou se nada tivesse realmente começado... Um sussurro, e cá estou... Livre? Não era hora de mudar de cor... Já sou silêncio, já sou dor...

Deambulo, busco notas, preciso do ar das marés... Já não tenho mais o arfar do peito em noite de sabores... Quisera eu, um dia, reviver tuas ímpias risadas dentro de mim... Sou como a página que insiste em ser o dia, é monotonia, bem sei... A paz é vazia, quando a saudade reina...

Ruas sem melodias, estradas repletas de vazio... A noite vira um imenso desejar, como se algo pudesse, de fato, mudar... Não sou mais a fortaleza que um dia sonhou com a luz, como se tudo fosse um simples desejar da uma alma só... Sou refém do teu fechar de olhos... Silencio, mas é apenas para tentar, e ansiar, a tua volta...

Devo ser como a Lua, solitária... Buscando um Sol que não mais quer fazer da noite um refletir... Já trilho a busca do adormecer, porque é tua vontade, é assim que te sinto a cada ruidoso calar das tuas mãos, das tuas melodias e do pulsar ritmado do teu coração, agora tão distante de mim...

Tantos sons à minha volta, e só uma palavra a tocar meu ser: Amor... Devo fechar os olhos... É o que me resta, nessa estrada de pegadas tão minhas, tão vazias... Dar voltas e mais voltas... E voltar... A mim? Não... A ti, meu Amor, meu intenso Amor, meu eterno Amor...

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