REVOLTA

De que me vale ser o canto,

se o pranto é o canto maior?

De que me vale a esperança,

se não a tenho ao meu redor?

De que me vale a alma presente,

se o corpo se desmancha em pó?

De que me vale os vales em flores,

se meus olhos não veem a cor?

De que vale os pássaros voando,

se o meu céu já se findou?

De que me vale o sol brilhando,

se no ébano eu sempre estou?

De que me vale o relógio no pulso,

se o meu tempo já se esgotou?

De que me vale a minha revolta,

se tudo em volta se dissipou?

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Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 26 de março de 2011.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 26/03/2011
Reeditado em 20/02/2014
Código do texto: T2871111
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