REVOLTA
De que me vale ser o canto,
se o pranto é o canto maior?
De que me vale a esperança,
se não a tenho ao meu redor?
De que me vale a alma presente,
se o corpo se desmancha em pó?
De que me vale os vales em flores,
se meus olhos não veem a cor?
De que vale os pássaros voando,
se o meu céu já se findou?
De que me vale o sol brilhando,
se no ébano eu sempre estou?
De que me vale o relógio no pulso,
se o meu tempo já se esgotou?
De que me vale a minha revolta,
se tudo em volta se dissipou?
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 26 de março de 2011.