Desencanto
Falei sobre mim de tantas maneiras...
Em alguns momentos apaixonada,
Em muitos a indignação era o meu nome,
Também me mostrei emocionada
Com as muitas voltas que o mundo dá.
Fui menina, mulher, até mesmo homem.
Nos muitos poemas que criei
Falei de Deus, do diabo, do absurdo.
Alguns foram manchados por lágrimas
Algumas de cansaço pelas injustiças sofridas
Sempre com muita luta, muita garra.
Minhas lágrimas lavam minhas feridas.
Se hoje choro é porque me dói a alma
Depois de mais uma desilusão adquirida
De onde menos esperava recebi uma pedrada
De uma pessoa que chamei de amiga.
E me dói tanto que parece machucar meu corpo
Mais um poema triste e sofrido
Marcado de desilusão, mágoa e desgosto.
Uma parede da minha casa caiu sem que tivesse percebido.
Que a mão do tempo apague mais essa cicatriz
E que não se acumule mágoa no meu peito
Dor acumulada vira ódio e odiar não quero
Quero paz, igualdade e respeito.