NO FIM DO MUNDO
Ao vento deleito as canções do meu peito
Em teu intenso e suspeito céu de andores
Que se despe como um nada e
Veste-se como um todo,
Falsificando a vida e
Matando a realidade dos sentidos e,
Sentindo a dor tangente,
Inclino-me ao leito e me deito
Ao relento dos meus pensamentos que,
Aos poucos, vão-se em busca de outrora;
De auroras em outros tempos.
Ah, quem me dera
Se no templo da minha alma
Uma porta se abrisse e,
Então, ali eu visse toda a história de mim,
A qual se conta sem gotas, sem lastimas;
Sem lágrimas amargas, enfim,
Relatadas em sonhos pelos tempos vividos
E, por ti esquecidos
Entre o sal e o céu deste universo sem fim.
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 24 de março de 2011.