BARCO SEM ILHA

 
Vou parar de lutar...
 
Deixar a velhice chegar.
 
Começar a crochetar,
 
deixar de em vão sonhar.
 
És pássaro livre pelo ar.
 
 
Nascida no tempo errado,
 
num século ultrapassado.
 
Sem poesias, sem magia
 
realidade mórbida, fria.
 
Fui tua, mal recebida...
 
 
Vou parar de remar,
 
contra o tempo que anda
 
no seu próprio ponteiro,
 
no seu próprio compasso.
 
Somente na ode amar.
 
 
Desligar o motor em alto mar
 
ouvir gaivotas e mirar vagas
 
mesmo num barco a soçobrar.
 
É inútil pelo Amor esperar.
 
Ele já veio e não quis ficar.
 
 
Jogar o celular, o notebook.

 
Fazer a limpeza eletrônica
 
que deveria nos aproximar
 
ao invés de nos calar...
 
Vento minuano a soprar...


 
 

 

 
Railda
Enviado por Railda em 23/03/2011
Reeditado em 07/11/2013
Código do texto: T2865896
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