Inútil Lembrança
De que adianta relembrar teu nome
e chamá-lo sussurrando no meu sono
que tão pouco tempo dura?
De que adianta, se essa imagem some
e acordo, como sempre, no abandono
que ainda não tem cura?
De que adianta ver teu vulto etéreo
a pairar sobre todo o pensamento
que ainda habita em mim?
De que adianta, se como num mistério
ele se vai, levado pelo vento,
e o sonho chega ao fim.
De que adianta, enfim, lembrar que existes
em outro mundo, em outra dimensão
enquanto aqui padeço?
De que adianta, se os meus olhos tristes
demonstram que paguei, pela ilusão,
tão alto preço.