Pobreza
Sonhar com um banquete
Sonhar com uma refeição qualquer
Comer alguma coisa descente
Uma coxa de frango, quem sabe um filé?
Doce ilusão, puro absurdo
Na mesa um copo de café horrível
Ao lado um pedaço de pão duro
Praticamente inconsumível
Molho o pão no copo de café
Sem doce totalmente amargo
Mesmo assim não perco a fé
Por Deus e Jesus Cristo sou abençoado
Mesmo com toda a pobreza
Continuo sonhando acordado
Mesmo com toda tristeza,
Ilusão e sonho, me erguem quando estou desesperado
No almoço quem sabe um gordo pernil?
Uma boa garrafa de vinho importado
Na garrafa um nome estranho, quase ninguém viu
Uma mesa com talheres para todo lado
Colher para sobremesa, colher para sopa
Garfo para espaguete,
O que é aquilo, deve ser para ostra
Aquele outro é para a salada estranha que parece vinagrete
Quem sabe um leitão ?
Ou um pouco de caviar?
Muita gordura faz mal ao coração
Comer tanto assim faz engordar.
De sobremesa um sorvete
Quem sabe um bolo de chocolate
Comer tanto até ter dor de dente
Comer até que o estômago não mais suportasse.
A tarde o café na mesa
Muitos tipos de bolos e tortas,
Inclusive de torta de morango,
Pena não ter de framboesa
Doce ilusão, antes fosse
Eu aqui no meu barraco
Sem um quilo de açúcar,
Para deixar este café amargo, doce
Mais uma vez volto a realidade
Findou-se o sonho, findou-se a ilusão
Pela janela luz, claridade
Que ilumina na mesa o duro pedaço de pão.