Pobreza

Sonhar com um banquete

Sonhar com uma refeição qualquer

Comer alguma coisa descente

Uma coxa de frango, quem sabe um filé?

Doce ilusão, puro absurdo

Na mesa um copo de café horrível

Ao lado um pedaço de pão duro

Praticamente inconsumível

Molho o pão no copo de café

Sem doce totalmente amargo

Mesmo assim não perco a fé

Por Deus e Jesus Cristo sou abençoado

Mesmo com toda a pobreza

Continuo sonhando acordado

Mesmo com toda tristeza,

Ilusão e sonho, me erguem quando estou desesperado

No almoço quem sabe um gordo pernil?

Uma boa garrafa de vinho importado

Na garrafa um nome estranho, quase ninguém viu

Uma mesa com talheres para todo lado

Colher para sobremesa, colher para sopa

Garfo para espaguete,

O que é aquilo, deve ser para ostra

Aquele outro é para a salada estranha que parece vinagrete

Quem sabe um leitão ?

Ou um pouco de caviar?

Muita gordura faz mal ao coração

Comer tanto assim faz engordar.

De sobremesa um sorvete

Quem sabe um bolo de chocolate

Comer tanto até ter dor de dente

Comer até que o estômago não mais suportasse.

A tarde o café na mesa

Muitos tipos de bolos e tortas,

Inclusive de torta de morango,

Pena não ter de framboesa

Doce ilusão, antes fosse

Eu aqui no meu barraco

Sem um quilo de açúcar,

Para deixar este café amargo, doce

Mais uma vez volto a realidade

Findou-se o sonho, findou-se a ilusão

Pela janela luz, claridade

Que ilumina na mesa o duro pedaço de pão.

Marcelo Pires
Enviado por Marcelo Pires em 11/03/2011
Reeditado em 14/03/2011
Código do texto: T2840588
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