Nunca houve nada

Quem permanece no mundo dos sonhos,

cai sem pensar duas vezes do céu,

dos dias quase infelizes de setembro

pra realidade insana de dezembro.

Vaga só a saudade do que não houve,

Num bote que leva tristeza além

Pras longas linhas do finito mar

Chegará ao seu destino solidão.

E sem nada, sem a lembrança

Vazio do frescor de outrora

A beira da ilha precipício

Sem nada, sem nada, sem nada.

Mas prorroga ao além seu temor, meu bem

Estás sem nada dela, sem um ai

E ela estás sem você, e bem nem no pensar.

Caminhas então, bem além de quem.

Para alguém, não mais

Por ela, sem nada

Acorda do céu,

Nunca houve tal.

Leo Zapparoli
Enviado por Leo Zapparoli em 10/03/2011
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