Nunca houve nada
Quem permanece no mundo dos sonhos,
cai sem pensar duas vezes do céu,
dos dias quase infelizes de setembro
pra realidade insana de dezembro.
Vaga só a saudade do que não houve,
Num bote que leva tristeza além
Pras longas linhas do finito mar
Chegará ao seu destino solidão.
E sem nada, sem a lembrança
Vazio do frescor de outrora
A beira da ilha precipício
Sem nada, sem nada, sem nada.
Mas prorroga ao além seu temor, meu bem
Estás sem nada dela, sem um ai
E ela estás sem você, e bem nem no pensar.
Caminhas então, bem além de quem.
Para alguém, não mais
Por ela, sem nada
Acorda do céu,
Nunca houve tal.