Cinzas

Restos de enganosa alegria

Sonhos levados pelo vento

Num instante tudo é magia

Noutro, vive-se o tormento

Poeira que encobre o vexame

Nuvem que embaça o espelho

Quem dera fosse eu exangue

Sem vida, sem cor, sem o vermelho

Que insiste em realçar a tolice

De deixar-me consumir pelo fogo

Da paixão, penosa estultice,

Implacável árbitra no jogo

Ao pó volto compungida

Desse mal espero perdão

Na tristeza encontro guarida

É cinza a cor da desilusão

Crisálida (Ângela Mendes)
Enviado por Crisálida (Ângela Mendes) em 09/03/2011
Reeditado em 09/03/2011
Código do texto: T2837290
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.