Cinzas
Restos de enganosa alegria
Sonhos levados pelo vento
Num instante tudo é magia
Noutro, vive-se o tormento
Poeira que encobre o vexame
Nuvem que embaça o espelho
Quem dera fosse eu exangue
Sem vida, sem cor, sem o vermelho
Que insiste em realçar a tolice
De deixar-me consumir pelo fogo
Da paixão, penosa estultice,
Implacável árbitra no jogo
Ao pó volto compungida
Desse mal espero perdão
Na tristeza encontro guarida
É cinza a cor da desilusão