CANÇÃO DO QUE SERÁ E DO QUE SERIA...
Um dia recebi este poema:
CANÇÃO DO QUE SERÁ
No dia em que o sol
Banhar de luz tua janela
E, ao sopro da brisa,
Sentires o olor das magnólias,
Olha o jardim:
Rosas rubras de vida,
Lírios brancos de paz.
Não mintas a ti mesma na irisante manhã.
Entrega-te desnuda,
Despoluída e pura,
Numa oblação de afeto e de ternura,
Ao que há de vir
Para recolher teu corpo e teu espírito,
Num nicho morno
De anseios e de ardores.
Ouvirás a canção do que será.
Março de 2003
E respondi a ele. Resposta à “Canção do que será”
CANÇÃO DO QUE SERIA
Entrevejo nesse hino de ternura
O que talvez sonhasse há muito tempo
Quando floria o verdor da minha vida,
Mas somente tinha meu lamento!
Sonhei viver lirismos e doçuras
Sonhei ser amada eternamente.
Que viesse preencher o meu vazio!
Foi meu sonho para todo sempre!...
Sonhei muito e muito sonhei
Acreditando que tudo se faria!
Mas cantaram canções que nunca ecoaram!
A doçura que me deram durou pouco,
O lirismo se foi num vendaval tão louco
As promessas enfim, por falsas, se acabaram.
Post Scriptum
Tenho medo de escutar canções
Que talvez venham perturbar o meu remanso.
Não quero mais ficar no meio do caminho
Por ouvir canções de sons distantes!
Por onde caminhaste, pobre menina,
Que acreditaste tanto em sonhos e promessas?
Rachel dos Santos Dias