Nada é eterno
Nada é eterno
Nada é eterno, nem o amor.
Fogo que, cuidado, perdura,
esquecido se apaga e nem dor,
e nem brasa, talvez, a ternura.
Foi-se a alegria que arrancava risos,
a festa do encontro esperado,
a magia dos sonhos vividos,
a saudade do abraço apertado.
Resta o vazio da sombra que chora,
ou a indiferença que na fumaça dissipa,
quiçá a esperança de algo cá dentro ou lá fora
que reacenda a chama que a alma crepita.
Nada é eterno, nem o amor.
A vida é assim, tudo passa.
Resta o perfume do que era flor
ainda que na semente renasça.
Lídia Sirena Vandresen
03.03.2011