E eu que pensei...

Concretizados no olhar, no beijo, na palavra...

O desejo de ser real, de ser para você.

Um momento, um espaço, uma gama de satisfações...

Mais um tempo, mais um lugar e mil outras significações.

Veio a noite, manhã, a tarde, a noite, a manhã...

Foi você, ficou um sonho.

Depois veio outra tarde, e uma noite...

Você se foi! Ficaram os fatos.

Claros, evidentes, lógicos.

E eu que pensei que fora embembida

do amor, do romance.

Mas foi a forma, dura e seca,

somente a forma.

Um momento, um estado,

um apenas, não como os outros, mas um.

E eu que pensei que concebera um novo sentido,

mas reforçara, de forma doce e sublime

que apenas sou o que te aproxima de si mesmo

e te distancia de mim.

Sou o que te lança no inesperado,

mas sou sua segurança,

não sou causa de dor, medo, dúvida,

sou a certeza de que és livre.

Não fui o que merecia ser.

Merecer?

E eu que pensei...

Não! Não pensei.

Antes sentia,

agora, penso!

Indy Lispector
Enviado por Indy Lispector em 02/03/2011
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