Quando Eu Me Suicidar

PARA ALGUÉM E ALGO QUE JÁ SE EXTINGUIU EM MIM DEDICO ESTE POEMA

Quando eu me suicidar

Saltando de velha desconhecida ponte

Sobre um lago de muitas fontes

Que diretamente me levem aos braços

Das Musas Do Éter

Não quero que alguém

Não quero que todos

Os que acham

E dizem

E pensam

Que eu sou um lixo mentiroso

Que eu sou um lixo enganador

Que eu sou um lixo bípede

Que eu sou um lixo de todo lixo

Derramem uma maldita lágrima

Porque eu me suicidarei

Abraçado à minha amada

Uma das minhas amadas sombrias

Aquela amada chamada Deusa Dor

Que é a feminina doce rosa

Que colho todo dia

Em meus jazigos de versos

Em meus túmulos de reversos

Nesta minha cova aqui de bardo

Que odeia O Amor

Maldito maldito maldito maldito Amor

Que me despreza como eu o desprezo

Amor Amor Amor Amor

Ao qual eu odeio

E faço do Ódio Ódio Ódio Ódio meu

A força com mais dor

Que acumula-se em minha Dor

Que Ser Superior

Malditos Seres Superiores

Algum vê

Estou sozinho mesmo

Acabou todo momento de maravilhas

Que na infância me deram

Alegrias inocentes sadias

Cresci levando facadas

N'alma maldita tola minha

E ouvindo o Réquiem Da Deusa Dor

Aos altos brados ferindo-me

E hoje aos meus malditos trinta anos

Planejo o meu maldito suicídio

Pois eu inominavelmente

A este mundo

E a alguém

E a todos

Que me acham um grande verdadeiro

Lixo mentiroso

Lixo enganador

Lixo manipulador

Não faria falta alta magnífica

Pois nasci nas Trevas

Pois vivo nas Trevas

Pois morro nas Trevas

Pois caminho nas Trevas

Pois amo as Trevas

Pois me suicido nas Trevas

Fazendo das minhas Trevas

As minhas pernas que continuam a caminhar

Nas Trevas Terrestres

Você que me acha um

Lixo mentiroso

Lixo enganador

Lixo manipulador

E sei que está a estes versos

Cheio de dores escrito lendo

Achas que eu me suicidaria literalmente

Para lá do Reino Das Trevas

Assistir as vossas lágrimas falsas

De vosso rosto caindo

Lentamente?

Ah,

Mas tu,

Minha cara,

Não chorarias!

E eu não me suicidaria

Por tua causa

Tu não vales o esforço

De uma faca que eu enfiaria

Em meu eterno dolorido pescoço!

O suicídio diário aqui neste mundo

Abraçado à Deusa Dor

É mais do que você

Delicioso!

Poema originalmente publicado em meu blog Cova Abismal De Poemas Sombrios (http://coabposo.spaces.live.com) em 27/09/06. Baseado em minha última grande dor real cada verso dele.