Do que fui...
...nada sou, senão certezas.
Um pedaço de solidão deixado de lado,
o alvo, que você acertou de modo errado,
o plano, que arquitetou por engano...
...nada sou, senão pobres lembranças.
Um corpo de desejos, sempre culpado,
um caminho quadrado em sua vida traçado,
o perfume-veneno, num frasco pequeno...
...nada sou, senão o riso do canto do teu lábio.
Aquela que caiu em armadilhas feitas para outra,
a desequilibrada, histérica e louca,
um caso incompreendido, findo, perdido...
Eu fui a cegueira do teu coração,
o silêncio do teu ouvido
e a gagueira da tua voz...
Fui o lado negro da tua poesia,
o rasgo na seda partida,
e o lado inexistente de nós...