RESTOS DE SONHOS

Sobraram restos,

de meus sonhos

e, como papel picado,

foram, por alguma

janela jogados,

nalguma comemoração.

Já de nada mais duvido

como duvidei outrora,

basta que me deem agora,

uma pequena explicação,

para toda essa reação.

Os meus sonhos, em pedacinhos,

foram mansamente caindo,

dançando ao sabor do vento,

até chegarem ao chão.

Porém, olhando mais atento,

vejo lá embaixo,

alguém se exibindo,

amassando com os pés,

os meus sonhos caídos na rua.

Mas, à noite, quando saiu à lua,

já sobravam muito poucos.

Foram quase todos soprados

pelo vento, para um canto,

e para o meu espanto,

alguns não ficavam parados,

pareciam que vivos estavam,

pois ainda saltitavam,

como loucos.

Marco Antonio Orsi