O Fatal Banquete da Sedução

Linda Borboleta que voara, azul cintilante havia em tuas asas, do néctar o seu alimento, e o voar pelo céu o seu contentamento. Feliz tu eras e não notavas, até que um dia certa beleza te instigava e mesmo que despercebida assim a adimirava, não sabendo que a carnívora planta, tanto, tanto a desejava!

Seduzida pelo dulçor do fragrante cheiro dessa flor, inocente a mesma se aproxima não sabendo o fim da sua triste sina! Bailando sobre o vento espalhavas a beleza vestida então de gala pela natureza, onde quer que tu passavas, a atenção de todos tu chamavas. E a planta esfomeada, louca de encantos por ti, foi tomada num desejo de te possuir.

Ela Dizia em sua oferta: Eu sou tua oh borboleta. Meu dulçor a ti oferto, minhas delicias a ti convidam, tão somente pouse em meu regaço e te farte da minha comida. Tão doce quanto meu cheiro é o sabor dos meus desejos, eu quero tanto se lhe ofertar, que tão abertamente eu estou a te chamar. Olha o brilho das minhas pétalas, sente o cheiro do meu dulçor, contempla o salão que te espera ao “Banquete desse amor”...

Linda Borboleta que pela senda da ilusão, no caminho da tentação e pelo vento da aparência, foi conduzida então a sua fatal decadência. Pousastes no regaço dessa flor, que de fato se vestindo de beleza, seduziu-te com frieza a um banquete sem amor. E logo que pousando viu-se obrigada a mexer-se, porém o visgo do egoísmo a segurava e por mais que tentasse suas forças acabavam. A bela planta então se fecha como um adeus a linda borboleta que estava prestes a ser sugada, não sabendo que a bela flor que cobiçava era na verdade uma carnívora planta que a adorava.

Raphael Blatt
Enviado por Raphael Blatt em 18/02/2011
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