o olho turvo
Da janela olha-se em colisão,
partes que se repartem
e em mil partes, desandam
cancelado o socorro e o ritmo impresso,
aflui as necessidades para si,
em segundos, em pausas,
fugas, flagras
retornos,
Gentes,
que passam
ao longo de,
informação,
de medos, cóleras
que explodem em surtos
diários, relampejos de raiva
convulsões comportadas
Logo, regride o som
o som regride
deveras cansado,
tanto quanto estes ouvidos
que nascem cada manhã
reverberando o som do próprio corpo
que insano se levanta,
em busca de pedaços
somente pedaços
Uma caneca exposta,
água fria, que perde o frescor
causa: a demora em ser consumida!
como se d’antes tivesse sede,
agora um artigo bruto
que rabisco com os meus sentidos;
Em folha solta de papel
em lembranças pervertidas,
na ausência de crença
e pra esta mesma senhora
ando descrido,
e ainda rabisco
na argüição
das gentes destemidas
que sabem, tudo sabem
comprovam
silenciam
Operetas, oportunistas; braços dados
se há um espaço, talentos são apostados.
E toda essa gente,
que se enamora
no ato vil
que entrega a garganta
pra ser apunhalada e sorvida,
pede meu olho
meu ouvido,
já não vejo bem
só me restam chiados
que entre arrepios de medo,
ninguém faz caso