Apenas de uma noite.
Apenas de uma noite.
Não gostei da noite,
Estava muito barulho entre minhas pobres orelhas,
O banheiro muito cheio, uma fila para apenas liberar uma força maior.
A bebida estava cara – não havia maneira de encher a cara.
As pessoas eram estranhas, ah...
Odeio putas,
Em suas pautas onde só querem ganhar mais assinatura... No seu check-in sou apenas mais um turista a fim de repousar em sua pousada.
Na sua morada apenas sou um passageiro, onde a passagem se cobra por hora.
Odeio a sua forma de contexto de viver.
Se vendem por vips, camarotes e drinks ...
Trocam seu valor ético e critico.
Sua fórmula é apenas prezar pelo dinheiro e, no final, se acabar numa boca ou numa rosca.
Em seu texto, expressa apenas o verbo dar.
Odeio o modo como querem chamar atenção, uma saia curta, uma blusa transparente e uma calcinha entre os dentes. A sedução de um erotismo que acaba numa palavra pornô.
Tudo isso para ganhar míseros trocados, liberar seu corpo esticado num colchão de mola, numa cama onde madeira está pobre e só ouve os barulhos dos parafusos mal encaixados. Às vezes vai no carro, banheiro, em qualquer forma, mas tem que acabar em uma gozada.
É gozado disser isso, mas é triste ao mesmo tempo ver que uma pessoa pode chegar a um estado de vender sua sedução.
São mulheres, sim isso são. Mas perdem o valor de uma mãe ou de uma pessoa comum.
Tudo isso por míseros centavos.
São mulheres – apenas de uma noite.
Renato F.Marques.