Apenas de uma noite.

Apenas de uma noite.

Não gostei da noite,

Estava muito barulho entre minhas pobres orelhas,

O banheiro muito cheio, uma fila para apenas liberar uma força maior.

A bebida estava cara – não havia maneira de encher a cara.

As pessoas eram estranhas, ah...

Odeio putas,

Em suas pautas onde só querem ganhar mais assinatura... No seu check-in sou apenas mais um turista a fim de repousar em sua pousada.

Na sua morada apenas sou um passageiro, onde a passagem se cobra por hora.

Odeio a sua forma de contexto de viver.

Se vendem por vips, camarotes e drinks ...

Trocam seu valor ético e critico.

Sua fórmula é apenas prezar pelo dinheiro e, no final, se acabar numa boca ou numa rosca.

Em seu texto, expressa apenas o verbo dar.

Odeio o modo como querem chamar atenção, uma saia curta, uma blusa transparente e uma calcinha entre os dentes. A sedução de um erotismo que acaba numa palavra pornô.

Tudo isso para ganhar míseros trocados, liberar seu corpo esticado num colchão de mola, numa cama onde madeira está pobre e só ouve os barulhos dos parafusos mal encaixados. Às vezes vai no carro, banheiro, em qualquer forma, mas tem que acabar em uma gozada.

É gozado disser isso, mas é triste ao mesmo tempo ver que uma pessoa pode chegar a um estado de vender sua sedução.

São mulheres, sim isso são. Mas perdem o valor de uma mãe ou de uma pessoa comum.

Tudo isso por míseros centavos.

São mulheres – apenas de uma noite.

Renato F.Marques.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 15/02/2011
Código do texto: T2793306
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