Nascença

Mundo, extramuros,

casulos; em forma

encostas profundas

que não acham

O medo,

logo se põe fora

reverência,

a todo ensejo

Põe-se o sol pra fora

com ele os desassossegos

nasce-se a ambição

ao gosto puro, refino e é consumida

pelas ferrugens

(tudo tem – tudo se detém – mas perde-se

o valor)

Nódoa dos dias, a quem tanto se faz

nunca cicatriza,

Embates,

de tempo em tempo

que agitam, assustam repelem

Uma voz severa

uma voz serena,

uma voz sincera

uma voz que simula:

Ganha o mundo,

- adoece e desbunda-

Mundo seu, transpirante

transparente, retilíneo

Mundo meu, transeunte

Embaraço, sinuoso

Haja coragem; que foi antes da partida

fenestra-se através das portas;

muitas, muitas

sem chaves, sem chance,

Com medo,

enquanto o mundo

nascido aguarda

prematuro, em sicônio

o despertar do,

último desejo

Márcio Diniz
Enviado por Márcio Diniz em 14/02/2011
Reeditado em 14/02/2011
Código do texto: T2791900