Nascença
Mundo, extramuros,
casulos; em forma
encostas profundas
que não acham
O medo,
logo se põe fora
reverência,
a todo ensejo
Põe-se o sol pra fora
com ele os desassossegos
nasce-se a ambição
ao gosto puro, refino e é consumida
pelas ferrugens
(tudo tem – tudo se detém – mas perde-se
o valor)
Nódoa dos dias, a quem tanto se faz
nunca cicatriza,
Embates,
de tempo em tempo
que agitam, assustam repelem
Uma voz severa
uma voz serena,
uma voz sincera
uma voz que simula:
Ganha o mundo,
- adoece e desbunda-
Mundo seu, transpirante
transparente, retilíneo
Mundo meu, transeunte
Embaraço, sinuoso
Haja coragem; que foi antes da partida
fenestra-se através das portas;
muitas, muitas
sem chaves, sem chance,
Com medo,
enquanto o mundo
nascido aguarda
prematuro, em sicônio
o despertar do,
último desejo