O DNA PERDIDO
Originário da Bahia, da boca do rio sai teu eco,
Do dique do Tororó, tua vida,
Da Fonte Nova tua seiva
Da massa apaixonada a dor.
Não sabe mais se é amor ou Bahia
A paixão é tanta que misturou e virou Bamor.
Onde está o tricolor de aço?
A alegria e sutileza de bobô?
O zagueiro Zanata, que defendia o fronte?
Cadê as Beijocas para a torcida?
Meu Deus o que fizeram do “meu Bahia?”
Sangue vermelho de uma gente sofrida
Céu azul da primeira capital do império
Bandeira em branco, esperança de uma nação,
Oh! Tricolor tu és uma paixão que fazes sofrer
Tu és amor que trai teus amantes
Tu perdeste o aço, tu viraste pó.
O que fazes agora o menino da periferia,
As gentes dos alagados,
Do subúrbio ferroviário?
O que fazes os ricos da Pituba, a classe média da Barra,
O que faz os amantes de Itapoan?
Poucos descem ao dique,
Não há mais bandeiras na lacuna da ferradura
A fonte não jorra mais a vitória,
O grito, baheeeeaaaaa, silenciou-se,
Matou a alegria das ladeiras do Salvador
Assassinaram o campeão brasileiro
Acabou o orgulho de ser tricolor da boa terra.
Esporte clube Bahia, a vitória foi retirada do teu DNA.
Nas tuas veias, não existe mais o sangue da raça.
A tua genética foi modificada,
“O nasceu para vencer” foi adulterado.
Tu estás fadado à história das tuas façanhas,
Triste o Bahia, triste a Bahia, que te ama;
Triste a baia que te banha.
Vergonha e choro de um tricolor
Devolva o meu BAHEEEEEEEEEEEEEAAAAAAAAAA