O Sono Do Poema
O poema recosta-se.
Cansado, sente o porre da preguiça
e a ânsia vã e dispersa
por uma lua explícita
que não pode a ele chegar.
Desolado e pirado,
ele veste o pijama.
No outro lado da trama,
a inspiração se degola
gemendo na cama.
Rasga a camisola
entre choro e chama,
querendo o amado,
que distante e tapado,
se corta e se engana.