Perder Um Amor
Perder Um Amor
O telefone há tempo não toca, a espera totalmente inútil.
Perdas e perdas, mil lágrimas, assim a vida torna-se fútil,
Uma retrospectiva, muitas histórias para encontrar a razão,
Do súbito abandono, da partida, do descarte da emoção.
As cartas, os bilhetes , os presentes, as muitas dedicatórias.
Os perfumes, o roupão, o leito, a mesa posta, o lugar vazio.
Lentamente o relógio marca as horas, minuto s e segundos.
Viver compulsório, escuro, triste, frio, desiludido, sombrio.
Em vão a alma chora o fim do amor, sabe não haverá retorno,
Reviradas as gavetas, lençóis amassados, abertas as portas,
Despachados os sonhos de felicidade - viver um transtorno.
Vida que se perde inerte, nula, embassada, subtraída, morta.
Lembranças de intensos momentos de desejos vividos a dois.
Carinhos doces que antecediam as desejadas noites de amor,
Juras, as promessas, a entrega, o misturar, fundir, o delírio.
Mentiras, dissimulações, desilusões, blefes,interesse, martírio.
Raios de sol invade a janela do quarto frio na manhã de abril.
Um novo dia cinza enfadonho, triste se mostra para ser vivido,
Leito vazio, um lado arrumado apressa o levantar, a dor sutil.
Rotineiro cansaço, desalento, vida estagnada no desinteresse.
Perder um amor demoronar os sonhos tecidos para a vida
Dor a singrar o peito em prantos diante da desatada ferida.
Descortinar das carências, anseios, dolorosa e fria rotina.
Alma desesperada a vagar na dor irremediavelmente perdida.