Perder Um Amor

Perder Um Amor

O telefone há tempo não toca, a espera totalmente inútil.

Perdas e perdas, mil lágrimas, assim a vida torna-se fútil,

Uma retrospectiva, muitas histórias para encontrar a razão,

Do súbito abandono, da partida, do descarte da emoção.

As cartas, os bilhetes , os presentes, as muitas dedicatórias.

Os perfumes, o roupão, o leito, a mesa posta, o lugar vazio.

Lentamente o relógio marca as horas, minuto s e segundos.

Viver compulsório, escuro, triste, frio, desiludido, sombrio.

Em vão a alma chora o fim do amor, sabe não haverá retorno,

Reviradas as gavetas, lençóis amassados, abertas as portas,

Despachados os sonhos de felicidade - viver um transtorno.

Vida que se perde inerte, nula, embassada, subtraída, morta.

Lembranças de intensos momentos de desejos vividos a dois.

Carinhos doces que antecediam as desejadas noites de amor,

Juras, as promessas, a entrega, o misturar, fundir, o delírio.

Mentiras, dissimulações, desilusões, blefes,interesse, martírio.

Raios de sol invade a janela do quarto frio na manhã de abril.

Um novo dia cinza enfadonho, triste se mostra para ser vivido,

Leito vazio, um lado arrumado apressa o levantar, a dor sutil.

Rotineiro cansaço, desalento, vida estagnada no desinteresse.

Perder um amor demoronar os sonhos tecidos para a vida

Dor a singrar o peito em prantos diante da desatada ferida.

Descortinar das carências, anseios, dolorosa e fria rotina.

Alma desesperada a vagar na dor irremediavelmente perdida.

Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 12/02/2011
Reeditado em 15/06/2011
Código do texto: T2786777
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.