Mendigo.
Mendigo.
Ao rever meus conceitos, vi que não sou tão significante para a vida.
Não me coloco embaixo e nem em cima, apenas perdi o sabor da auto-estima.
Minhas palavras não saem como antes, são fúteis a uma sociedade que não sabe a existência do porquê.
Aonde muitos nem tem o teto para uma sobra, aonde muitos nem tem um chão para se locomover.
Sou de uma locomotiva onde a esperança fazia parte de nossas rotinas, da minha rotina. Hoje eu a perdi, saí à procura feito um louco, andei por aí e avistei paisagens das mais lindas e das mais tristes.
Entre a longa caminhada, adquiri calos entre os pés, mau cheiro pelo suor, cãibras que me faziam muitas vezes parar no meio do caminho. Fiquei muitas vezes pastado, sem saber o que fazer, sem sorrir.
Muitos passavam perto de mim e nem me olhavam; abaixavam a cabeça. Não sei se era invisível aos seus olhos ou se era pelo que eu representava...
Representava a dor de uma mãe que chora quando perde um filho, representava um pai quando não tem sequer um real para comprar pãezinhos para seu filho. Representava a dor de um patriota sem pátria para lutar.
Na reflexão da vida quero deixar um pensamento para que você não possa ser como os outros seres, apenas tente ser comum, apenas veja as pessoas como um todo, como um só.
Pois o mundo dá a volta e, na esperança da volta, espero que você esteja de mãos dadas comigo, pois somos todos os irmãos de um mesmo pai, um mesmo Deus.
Eu era apenas um mendigo perdido.
Se minhas palavras não sensibilizam você, então não merece o meu respeito.
Então cuspa no chão e nem olhe na minha cara mesmo.
Não quero suas mãos, pois elas estão sujas.
Renato F.Marques.