HOMEM OCO
Ainda nutrindo-te da essência alheia,
Como um demônio insaciável?
Tenebroso suspiro de medo...
Estatelado pela voraz decadência de tua humanidade,
Vejo o teu conjunto infinito de torpeza,
Intenso egoísmo vil.
Não há charada moral,
Só o retrato de tua insensibilidade.
Homem oco essa é a tua áurea podre
De índole inexistente,
Que exala mentiras,
Que escarnece com o olhar de um louco,
Que toca com a malícia de um abutre,
Ávido para caçar, desrespeitar, magoar...
A dignidade não habita espaços vãos,
Mas o mau caratísmo, sim.
Em que parte de tua infância te perdeste?
Permanece escravo de tua pequenez,
Da tua insignificante existência,
Fiasco de vida perante o tempo,
A história e o universo?