Onde os fracos não têm vez

No caminho silencioso que trilho

Nas horas sombrias que a vida reserva

A dor de uma ausência sentida

De olhos que se foram na escuridão.

Sonhos que se desfazem

Nas agruras de dias tenebrosos

Qual castelo de areia

Demolido pelas águas do mar.

Porque chorar pela fuga desenfreada

De ilusões tão patentes

Na esperança de dias melhores

Quando nunca houve dias assim?

Nas paragens desse caminho

Sento-me sozinho e triste

Onde os fracos não têm vez

De chorar sua desilusão.

Não se pode recriar fantasia

De que o pesadelo não é real

Quando a dor é passageira

E uma nova aurora surge no horizonte.

A alma, no entanto, nisso não crê.

Quando desperta nas noites frias

Sem sentir o calor daquele corpo

Que do frio o aquecia.

Lembranças que fazem doerem

A sensação do esquecimento

De olhos marejados

Que sofriam na prisão.