MORRER TODOS OS DIAS
 
Creio estar curada, morri tudo no passado.
 
Agora é de verdade: Não mais frio na barriga,
 
no toque casual ou no silêncio do celular.
 
Tudo foi gasto, restando apenas a lembrança,
 
dos  lânguidos olhares, implorando migalhas.
 
O apogeu da trilogia aconteceu: Virou livros.
 
O mocinho bandido fugiu... Estava previsto!
 
Resta negar o olhar numa vida dupla, bipolar,
 
vingança dos deuses, martírio maior não há.
 
E no encontro casual, usar o mesmo sorriso,
 
encenado no espelho ao amanhecer e que
 
vamos entregando a todos no decorrer do dia.
 
Guardar o segredo que me habita literalmente
 
tal qual adrenalina, sangue azul, água cristalina.
 
Entreguei os pontos, fui ganhadora de sonhos.
 
Não há mais estratégias para achar o elo perdido.
 
Basta aquele morrer todos os dias um pouquinho.
 
Então que subsista apenas o meu masoquismo.
 
E eis que o milagre do entendimento ocorre tal luz.
 
Dia e noite, noite e dia... Pai Nosso, Ave Maria...
 
Libertai os escravos do amor entalhados no
 
rosário que dedilho. Foi assim que sobrevivi...
 
 
 




 
Railda
Enviado por Railda em 31/01/2011
Reeditado em 08/11/2013
Código do texto: T2763904
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