GUME
De finos golpes me dilacera
Qual adaga de morte afiada
E ser eu o teu mar profundo
Da chuva miuda de outono, quem dera.
Mas sou o alçapão falso no meu chão
A queda livre de um voo perfeito
A palavra amor por ti dita em vão
De um amor desdito e malfeito
A luz fraca do triste dia no leito
Mas bem feito o corte da tua adaga
Que desventrou o amor imperfeito
Em meu peito teimava ser perfeito
E sempre fosse esse o teu desejo
De um amor feito á pressa, sem jeito
Foi fino o golpe da tua adaga afiada
E grossa a lagrima na minha face deitada..