A GARRAFA
Andar trôpego, irregular como se fosse tombar
Perdido naquele beco escuro, sujo, sem rumo
Como sua vida, destruída, fedida, perdida...
Quem o visse agora não acreditaria o que
Tinha sido outrora, a quem importava!
Não era nada, apenas uma sombra...
Tal qual a escuridão do beco em que vivia
Se for que podia dizer viver – entorpecido –
Pelo álcool e pela dor!
Ah! Dor...
Que nem as malditas garrafas consumidas
Dia a dia, diminuía a agonia, o vazio
Que sentia, porque não morria!
Ah! Morrer
Finalmente chegaria o dia em que tragaria
O ultimo gole da cachaça barata e, que!
Ironia... Libertaria-lhe...
Sorriu, sabia que não demoraria, segurou
Firme a garrafa... E pensou!
Você será a minha última companhia.