Pó do nada

De corpo aberto e inserto

Vulnerável ao desprezo

Frágil e desprotegido

O destino se faz sem desejo

Estado de putrefação

Desvenda a verdadeira beleza

De seres feitos de pó

Que veneram a riqueza

Esquecidos ao vento de cinzas

Que sublimes somem no espaço

Registra o nada que somos

E a fragilidade de um vaso

Finitude que se esconde

Mas ressurge em segundos

É o mínimo tempo que separa

O suspiro final do moribundo

No instante em que não existe mais nada

No instante em que o nada não existe

Neste instante nada se descarta

Neste instante não sei se vou triste.

Igor Cruz

Igor Cruz
Enviado por Igor Cruz em 10/01/2011
Código do texto: T2719578
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