Clausura
Eis que do mais tênue suspiro surge a loucura
Na vontade de se privar dos sentimentos ,
Aparece a dor
Quando tudo parece estar perdido
Palavras se confundem, definições se perdem
Pessoas se esquivam de suas lamentações
O bom ouvinte, necessita se expressar
No mundo dos surdos
Precisa gritar, é julgado por suas atitudes
Sem o direito de resposta
És errado companheiro
Fugiste ao padrão
Se estás insatisfeito,
Pula...
Será apenas mais um número
Um corpo maltrapilho estirado no chão
Por alguns instantes alguém tentará descobrir o porque
Sentirás apenas o gosto da piedade
Lhe taxarão de louco ou incrédulo
No negro se encontrarão algumas lágrimas,
Depois só lembranças de mais um pecador
Sua utopia denegrida
Nos sonhos desmoronados
As esperanças que escaparam entre piscares de olhos
O prazer superou os limites
Se apega a cada gota de vida
Que lhe percorre as entranhas
Nada mais o satisfaz
Cansado de um mundo de injustiças
Dos que não querem carnaval
Nas barreiras, antes invisíveis
Lascas de sangue em traços surreais
Testemunham a luta e a bravura daquele ser
Ou talvez uma covardia contida
Um falso herói destemido e temido
Temendo a própia sorte
Hoje apenas um conto adormecido
Desfaz-se em meio a impunidade
Quisera chorar na deserta multidão
Espectros fantasmagóricos demarcam um passado
De alguém que queria ser compreendido
Mas jamais tivera voz!