PRAZER E PERDÃO
A mulher sem princípios, louca geme,
No colo de um vagabundo malfeitor.
Arreganha delirante tão embriagada,
A boca e o sexo que no corpo treme.
É a sua luxúria pecaminosa agregada,
Que mesmo no prazer não sente amor.
Ali, o alimento que se traveste em faturas,
Jamais trará pureza e o esplendor nascido,
A menininha que com honra foi bem criada,
Muito longe estárá de ser bela em ternuras,
Agora, mais tarde do que nunca é a aliada,
Nesta sina que o falso viver não faz sentido.
Chora convulsiva pela sua raiva em desatino,
Imagina no lamento o porquê de não ser feliz;
Tantos gozos derramados, fluídos de ninguém,
É como o andar pelas ruas, sem ter um destino,
Ter endereço anotado e ser apagado como giz;
Sem valor no preço que se paga de quem a tem.
Carinho não existe há muito tempo, já foi embora;
Onde a sua cara pintada sorriu horrores escondidos.
Quem ganhar com os sentimentos da miséria insana,
No inferno ele pagará, e para chegar lá não tem hora.
E tão certo como o dia irá raiar, eles serão recolhidos;
E que ao partir peça perdão, por essa jornada profana.