Velas

Sopra o vento, no vago azul,

Que se confunde no horizonte... Céu e mar...

Que se confunde no horizonte... Norte e sul,

Quantas saudades! Nesta vastidão sem par...

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Sopra o vento... Que estica as velas,

E é por elas que vou... Sonhos de menino...

Que não traçou mapas nem paralelas,

E nunca aceitou o seu destino...

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E lá se vai... Vai-se com o vento,

Mas cala-se com a calmaria...

Ao esperar um novo advento,

Formado da lembrança, do dia em que partia...

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Pois o silêncio não é lúcido, e se desnuda,

Mostrando a face do medo vil e profano...

Palavras ao vento, são palavras mudas,

E palavras mudas não provocam danos...

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Palavras mudas não provocam feridas,

São como poeira, levadas pelo vento ao mar...

Que se confunde no horizonte... Como imagem perdida,

Que se confunde no horizonte... E sem ter como voltar...

~

Então o barco perde-se, se põe a deriva,

E, contudo, vai modificando-se com o tempo...

E sua imagem morta, vai tornando-se viva,

Ao esticar suas velas ao favor do vento...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 20/10/2006
Código do texto: T269003