Poemeto da desesperança
Em que rua eu deixei, por ventura, minha alma?
que esquina parou de bater – de uma vez por todas –
[meu coração?
Ah! Quanta esperança morta eu trago comigo:
Estou vivo tanto quanto um embrião in vitro...
e cada tecido, cada célula, cada molécula viva é tão
viva quanto uma carne de açougue;
Meus sentimentos retinam tão insignificantemente
que tem, senão, menos importância que o sino de uma
[igreja.
Cada passo que eu dou (um adiante, dois no sentido
oposto) em rumo ao vazio é, todavia, a certeza
que carrego na mala das minhas desesperanças.
E vou...
Vou adiante com os olhos úmidos, cabeça exposta ao
sol de rachar... e, no peito, um coração tristemente
a bater, cada pancada, uma fisgada de melancolia...
[em plena hemorragia...