Poemeto da desesperança

Em que rua eu deixei, por ventura, minha alma?

que esquina parou de bater – de uma vez por todas –

[meu coração?

Ah! Quanta esperança morta eu trago comigo:

Estou vivo tanto quanto um embrião in vitro...

e cada tecido, cada célula, cada molécula viva é tão

viva quanto uma carne de açougue;

Meus sentimentos retinam tão insignificantemente

que tem, senão, menos importância que o sino de uma

[igreja.

Cada passo que eu dou (um adiante, dois no sentido

oposto) em rumo ao vazio é, todavia, a certeza

que carrego na mala das minhas desesperanças.

E vou...

Vou adiante com os olhos úmidos, cabeça exposta ao

sol de rachar... e, no peito, um coração tristemente

a bater, cada pancada, uma fisgada de melancolia...

[em plena hemorragia...

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 21/12/2010
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