Vezes
Na primeira vez, foi ilusão.
Ouvia-se valsas, estrelas distantes,
sinos, sonhos esvoaçantes,
e tudo passava na velocidade da luz...
como quem passa, e apenas seduz,
com o brilho reluzente de um olhar
que veio, mas não para ficar...
Na segunda vez, foi paixão.
O sangue fervia, a cabeça não pensava.
O ciúme corria, a alma desatinava.
Eu sentia, eu me desesperava...
e tudo era desigual na razão inconsciente,
mas o corpo latejava...
suava um desejo ardente.
Na terceira vez, foi emoção.
O amor fincou suas estacas duras,
findou atitudes, acalmou as loucuras;
a ilusão foi a realidade vencida,
a paixão foi o fim de minha vida;
e a recordação foi o que restou de sincero,
quando eu soube que nunca terei o que quero.