UNIVERSO EM DESENCANTO
Universo em desencanto,
Meu corpo perdeu de ti um único acalanto,
E as memórias fazem gotas de meu inconsolável pranto.
Se eu soubesse o quanto iria doer,
Me absteria de tanto sofrer.
Seria aquela outra ingrata cuja perfeição você iria sempre ver,
Mas que furtivamente o traiu sem esconder.
À mim coube desta história a parte mais sofrida,
Um desejo maior que a vida,
Resignação é a palavra chave desta menina perdida,
Que um dia foi sua querida.
Hoje não sou mais nada.
Musa recusada.
Mulher enclausurada.
Borboleta aleijada
Flor despedaçada.
Possuo o sentimento inquestionável,
Destes que a alma sente de forma palpável.
Sou ser resoluto não maleável.
Que não quer a frivolidade da palavra “INSTÁVEL”.
Se eu pudesse faria diferente meu destino.
Cometeria todos sonhados desatinos.
Te congelaria para sempre homem-menino.
Mas sou trem cansado,
Em ferrovia de dormentes arrancados,
Não há como seguir, estou parado.
E fica aqui o mais triste dos beijos meus,
Em agradecimento por tudo que me deu.
A tua não escolha é o que mais doeu.
Porquê ela te deixou e você poderia antes ter escolhido “EU”.