Boneco
Um boneco no canto escuro.
As velas iluminavam o delírio de um homem enraivecido.
Alfinetadas no objeto inerte para cessarem as angustias do dia.
O que ele fazia?
As estrelas caíram ao fim da noite.
O dia acordou sob açoites.
E na calçada ainda estavam as flores.
Flores?
Belas flores de ontem.
Murchas?
Não.
Longe disso!
Havia esperança nelas.
De chover e lavar o cimento onde o homem deitou o feitiço e nele o seu tormento.
De levar amarguras ladeira abaixo.
Lá embaixo tem um chafariz.
O homem lavou o rosto na água fria.
Sacudiu os ombros e foi-se.
Sei não para onde...