REPÚDIO

Eu a amei de todo em vão,

não me acredita no meu falar,

falei dela em versos, então,

tirei rimas do meu rimar.

Mas não me viu sentimentos,

nem me pôs em um retrato,

só me vi em meus lamentos,

fez de mim coração ingrato.

Não mais, não te reconheço,

turbilhões em minha cabeça,

sei que isso eu não mereço,

a vida quer que eu enlouqueça?

Amei muito o seu doce jeito,

seu trejeito nordestino,

que amargou-se em meu direito,

o meu obscuro destino.

Hoje não te vejo tão doce,

nem mar salgado, nem de rosas,

nem mais amor, nem menos ódio,

nem lembranças de "Águas Formosas".

Já não vou mais pensar no teu calor,

nem nos teus belos coqueirais,

porque, mataste impiedosa o amor

que não ressucitará jamais.

Três vezes me fizeste isso,

eu te amei com amor sincero,

mas não me tiveste compromisso,

por isso hoje eu te libero.

Gratuito me fizeste guerra,

não me trataste com primores,

e sobre qualquer coisa cismar

de tanto que te dei amores

vieste nefandamente rejeitar

pisando em minhas flores.

És agora a repudiada,

não tens mais a confiança

de amor és odiada

assuma a tua insegurança.

É um adeus, é um repúdio,

é o que fala o coração poeta,

não tens mais em mim refúgio

e teu desprezo não mais me afeta.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 14/12/2010
Código do texto: T2670580
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