CONTRA-MÃO
Será que aquele nosso amor
escondeu-se n'algum canto,
à espera de dias melhores,
à procura de novo encanto?
Será que nossos felizes dias
pairam só em névoas tantas
e são agora triste passado,
que trazem pálidas lembranças?
Será que foram em vão,
todos os sonhos sonhados,
todos os versos escritos
e tantos sorrisos dados?
Interrogamo-nos agora assim,
nas tristes tardes solitárias
que se arrastam intermináveis,
deixando-nos gosto ruim
nas almas que vão contrárias,
carregando dores infindáveis.