O peso de ser poeta

Não escrevo versos porque quero

Na verdade eu sou obrigado

Estou condenado a ser poeta

A ver as coisas como elas são

Só eu sei da cruz que carrego

Do peso do mundo em meus ombros

Das noites de insônia

E da ressaca de sofrimento

As palavras me ferem

Saem como gotas de sangue

Numa hemorragia de poesias

Vou assim dilacerando meu coração

Despindo-me no papel

E me condenando a solidão

Mas não há de ser nada

Mesmo vertical e melancólico

Sigo guiado pelas poesias

MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO