Poema Derradeiro
Quanta dor que consome o peito meu
Que mutila, dilacera, despedaça
O rancor que com os anos cresceu
Que odeia, ignora, faz pirraça
Que tristeza meus pensamentos invade
Torna escuro o dia, me emudece
Que alerta o mundo, faz alarde
Que alimenta a dor, que só cresce
Que solidão a minha alma tomou
Tornou-se parte de mim, inseparável
Pois o amor de quem um dia amou
Enraiveceu, tornou-se frio, detestável
Que sombria a minha vida agora é
Solitária, sem sentido e sempre vaga
Sem destino, sem vontade e sem fé
Só com uma lembrança que não se apaga
Que loucura se tornou minha vida
Enfraquecendo o que fora forte
Fazendo com que a única saída
Seja, então, o fim, a morte