A poesia que jamais voltou

Revirando restos,

Encontro-me só,

Somente um verso,

É o que me restou.

Um dia fui poeta na chuva,

Outro um simples espectro de vida.

Recitei aos ventos milhões de vidas,

Mas nem uma me restou.

Ontem fui verso doce aos teus ouvidos,

Hoje nem uma estrofe sou,

Antes os dias eram tão lindos,

Hoje nem o sol me visitou.

O amour virou faisca,

E rapidamente se apagou,

E minhas rimas antes perdidas,

Ainda distantes, meus lábios jamais recitou.

Sinto-me como um poema que termina,

Como uma triste história de amor,

Todos se vão, como as folhas ao vento,

E eu aqui no mesmo banco vendo o pôr-do-sol.

O verso não vive mais em mim,

A poesía que me conduzia ao sul migrou,

Ficaram apenas as folhas secas ao meu lado,

Lembrando-me que um dia, alguém me amou.