Quis enquanto … mas por enquanto não há fim

Enquanto eu soube escrever …

Escrevi … o teu nome , ou teu signo

Estive preocupado , e atencioso a ti

Enquanto aprendia a te fazer falar …

“Eu te amo” , convicta , tanto quanto eu

Misteriosa , pois nada te impressiona ao ponto de te tentar à fuga

Nem reparei que já são quase dois anos , e , ainda ontem , me mostravas algo novo

Enquanto tu choravas de saudade …

Eu quase sucumbi ao mundo errado , perdi chão , teto e sala …

Faltei aos amigos , e nos domingos eu desisti um pouquinho mais

Saudade era pouco , quase nada … na verdade , comparando-se ao meu desespero

Solucei …

Meio choro , meio medo , um medo chorado …

Como alguém que nada tem , e que o que pensa poder ter … está tão longe

Enquanto ouves minha voz …

Sentes quando peço um abraço ?

Mesmo sem pedir … sentes quando estou sensível , no teu colo ?

Enquanto sois minha , sou teu

E enquanto me deixas te ver assim , de verdade e de perto …

Enlouqueço e desfiguro o meu semblante

Seja por desejo , falta de espaço … ou pra te fazer sorrir

Enquanto vou saindo de mim , para pensar em ti com mais viver

Deixo pelos caminhos de minh'alma , letras … melodias

Versos , cataclismos …

És rara …

Enquanto eu pensar … no que seja

Jamais hei de ser algo distante de ti .

Daniel Sena Pires – Quis enquanto … por enquanto não há fim (02/11/2010)