Gustavo
E eu, que intimamente justificava meu recesso poético como fruto de tamanha felicidade,
Não vejo momento mais propício para voltar ao papel.
E nele rabisco a lembrança daquele sorriso que ainda vai durar muito no coração...
...ah, isso eu prometo.
Todas as juras, os planos, os filhos e os labradores também.
Como num sarcasmo sobrenatural, o símbolo daquele amor era o infinito.
Bem sei sobre o que o infinito impera dentro de mim.
Só eu sei.
Os únicos que me entendem são um espelho quebrado e os muitos pensamentos insanos.
Esses sim são amigos de verdade, esses sim conseguem ver o que ninguém mais vê.
Esses sim sabem o que é guardar segredos além do infinito.
Sim, esse mesmo infinito,
Que numa insistência constante,
Não me faz parar de pensar em tudo que é finito. Quase tudo o é.
Quase?
Não, sei. Talvez tudo.
Mas os conselhos daqueles que nem me conhecem vêm sempre a contento.
Não sabem quem sou, do que sofro, por que morro. Apenas aconselham.
O papel é um conselho em branco, que espera por ser escrito...
...não, não por mim.
Conheço-me o suficiente para não permitir mais uma ilusão.