EU E EU: DOIS ESTRANHOS

Não me sinto inteiro.

Em algum lugar,

deixei um pedaço de mim.

Quando olho no espelho

vejo um completo estranho.

Incomoda-me conviver

com esse que homem que não conheço,

mesmo esse sujeito sendo EU.

Sinto-me aprisionado dentro de mim mesmo.

Estou com as mãos agarradas

às barras de um fingimento complacente.

Sou ser delirante brincando de ser livre,

e a verdade está lá, jogada

na masmorra junto com meus indecentes defeitos.

Deixei de ser homem

quando a covardia tomou posse

do resto que sobrou de minha alma.

Meu coração está dormente,

ressentido pela falta de emoções.

Felicidade, tesão, comoção,

são lebranças vagas,

algo parecido com sonhos em noites mau dormidas.

Deep Blue
Enviado por Deep Blue em 01/12/2010
Código do texto: T2647472
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