Lauréis de mágoas

Sombra da noite viandante singular,

Absorto num recanto jaz silente,

Desfigurado, tão distante, queda ausente,

Singrando o tempo no espaço a vagar.

Das lembranças quais feridas a sangrar,

Incrustadas de remorsos comoventes,

Exibe ao peito chaga aberta inclemente,

Pobre homem quanta dor a espreitar.

Se da bebida faz amiga diletante,

Lauréis de mágoas no olhar a exibir,

Vestígio pálido de cruel itinerante.

Imagem triste, delirante, extenuada,

Desiludido no afã de prosseguir,

Alma caída infeliz desventurada.

wellmac
Enviado por wellmac em 30/11/2010
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