Lauréis de mágoas
Sombra da noite viandante singular,
Absorto num recanto jaz silente,
Desfigurado, tão distante, queda ausente,
Singrando o tempo no espaço a vagar.
Das lembranças quais feridas a sangrar,
Incrustadas de remorsos comoventes,
Exibe ao peito chaga aberta inclemente,
Pobre homem quanta dor a espreitar.
Se da bebida faz amiga diletante,
Lauréis de mágoas no olhar a exibir,
Vestígio pálido de cruel itinerante.
Imagem triste, delirante, extenuada,
Desiludido no afã de prosseguir,
Alma caída infeliz desventurada.