Busca

Não estou liberto, de braços abertos, eu sonho,
Alço incerto, torno-me selvagem, não me exponho,
Acelera o coração, me desespero, choro e me debato,
Sinto o corpo, sinto o árduo peso do combate!

Não tenho fartos cabelos, adornados com o monho,
Celebro a vida no amor, com fé, a dor transponho,
Mas assim mesmo, o ódio, o meu peito não rebate,
Sou marisco no rochedo, que resiste ao embate!

Cega esta toda verdade, eu suponho,
O que há em mim? Um monstro enfadonho?
De teimosia o meu coração ainda bate,
Como a rês inculta espera a hora do abate!

Minhas mãos não sei mais onde ponho,
De nada me adiantará todo este acabrunho,
O corpo é refém da morte, fujo deste debate,
Busco o amor que me faz ir adiante...

Acordo e não mais temo o que é medonho,
Pois é para a vida que a este mundo venho,
A vida é mais que o ouro medido em quilate,
Vida é amor, nesta busca sigo incessante!

Geraldo Mattozo
Enviado por Geraldo Mattozo em 27/11/2010
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T2640183
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